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terça-feira, 16 de junho de 2009

Psicólogo fala sobre o estado emocional das vítimas do rompimento da barragem em Cocal da Estação

Maurício Camilo da Silveira Filho é psicólogo há dois anos e trabalha no auxílio às vítimas do rompimento da barragem de Algodões I, em Cocal da Estação (280 km ao norte de Teresina).
A barragem rompeu no dia 28 de maio e a população daquela região ainda sofre com as consequencias. O psicólogo esclarece como as vítimas estão e como elas estão sendo assistidas.

Texto e foto por Joyce Viana
joyce_helane@hotmail.com
Atualizada em 21 de junho de 2009 às 11:44



Maurício Camilo da Silveira Filho, psicólogo.


Teresina Web Press - O que é o trauma e o levar uma pessoa a ficar traumatizada?



Maurício Silveira - Na situação em que a gente se deparou em Cocal, por causa do rompimento da barragem, a questão do trauma está ligada mais especifica ao luto, à perda. Então o serviço de psicologia atua trabalhando desde o choque propriamente dito, o sofrimento pela dor ou pela perda de um ente querido ou de bens materiais. Trabalhamos a fase da aceitação, no que essa dor é mais evidenciada, pois o paciente sai do estado de choque e volta mais para a realidade. Nesse caso a psicologia faz intervenção através de exames e escutas psicológica, e o apoio trazendo o paciente para o mais próximo da realidade. Trabalhando essa questão (do trauma) do recebimento dessa dor para que ele assimile, mesmo sendo um momento difícil, mas compreendendo e aceitando essa nova realidade.


Teresina Web Press - Além da perda de entes queridos, e até mesmo bens materiais o mais pode ocasionar o trauma?


Maurício Silveira - O trauma pode surgir dependendo de cada ser humano, de cada estrutura psíquica, como perdas, não só perda no sentido só do óbito, mas também de conquista algo que você conseguiu ou contribuiu, no caso de barragem, ele está caracterizado pelo estresse pós-traumático que é a dor intensa dessa perda, muito recente e precisa de um certo tempo de um trabalho psicoterapêutico mais focado na realidade existente e mais abrangente que leva pelo menos seis meses para esse trauma ir perdendo força, mas, no momento, ainda se encontra muito evidenciado nas pessoas que foram acometidas, direta ou indiretamente, por essa tragédia.


Teresina Web Press - Como é feito o tratamento com elas?


Maurício Silveira - É basicamente feito através de apoio de escuta psicológica juntamente com a equipe multidisciplinar. O psiquiatra entra com medicamentos como uso de antidepressivos de última geração, além de outros remédios que amenizam a ansiedade e o sofrimento de forma mais rápida. Esse trabalho em equipe, parceria entre a psicologia e a medicina.


Teresina Web Press - Como a família pode auxiliar no tratamento?


Maurício Silveira - A pergunta é muito boa e ao mesmo tempo muito difícil de responder, pois, na verdade não só aqueles que se envolveram de forma mais efetiva, mas os outros também que não estavam tão próximos assim, estão muito abalados. Ou seja, fica muito difícil a família ajudar nesse momento por que ela também está muito abalada. A única forma que nós temos de auxilio é através do atendimento familiar também. Montamos as equipes, o plano de ação, temos estrutura de apoio, a partir daí vamos para o trabalho em campo, através de visitas domiciliares, plantões psicológicos, no qual a prefeitura de Cocal nos disponibilizou uma sala, e vamos trabalhando, na medida do possível, por que se alguém na família que tiver um suporte emocional maior, e possa levar esse suporte para outro familiar que estiver com maior dificuldade ou um quadro depressivo mais evidenciado, ele poderá ajudar muito na recuperação.


Teresina Web Press - Qual o balanço que o senhor faz em ralação de como estão essas famílias?


Maurício Silveira - Eles estão ainda muito chocados. A situação ainda é bastante complicada, pois ainda há muitas queixas de tentativas de suicídio, casos de sintomas caracterizados por depressão num grau menor e maior, distimia, transtornos de ansiedade generalizada, hipertensão e hipotensão arterial. A barragem cedeu e a tragédia aconteceu e as pessoas estão voltando à realidade e a dor ainda está aumentando. Por isso o serviço, o nosso apoio deve continuar.

Confira entrevista na íntegra com o Psicólogo

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