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sábado, 23 de maio de 2009

João Eudes fala das dificuldades no futebol profissional no Piauí


Em entrevista ao TWP, João Eudes diz que falta um investimento na formação de jogadores a nível local.


Por Renée Moura
reneemoura@bol.com.br

João Eudes, mais conhecido como “Bolinha” começou a atuar profissionalmente no jornalismo em 1967 na Ceará Rádio Clube, em Fortaleza. Em 1969 deixa a Ceará Rádio Club para trabalhar na Rádio Dragão do Mar. Em 1972, Bolinha chega ao Piauí. Depois de vários anos de atuação, decidiu cursar Jornalismo e se formou em Comunicação Social na primeira turma de Comunicação da Universidade Federal do Piauí, em 1989.

Em Teresina, trabalhou para o Diário do Povo, nos quatro primeiros meses após a criação do jornal. Atuou também no Jornal da Manhã por cerca de um ano. Foi Diretor de Rádio da Secretaria de Comunicação no governo do Hugo Napoleão (1983 – 1986) e no segundo governo do Alberto Silva (1987 – 1991).

Depois de deixar a Secretaria, no final da década de 1980, entra para o grupo Clube, comandando da chefia de reportagem da TV Rádio Clube durante aproximadamente dez anos. Depois disso, transformou-se no editor de esporte que conhecemos até hoje.

Em entrevista exclusiva ao TWP, Bolinha traz um pouco da história do futebol piauiense e expõe os principais problemas sofridos pela categoria atualmente.


Um resgate histórico do futebol piauiense

"Eu acho que o futebol profissional do Piauí á esteve em melhor fase. Quando eu vim pra cá em 72, havia uma explosão no futebol. Era um aspecto político, que eu faço questão de contar, que é pra muita gente não confundir as coisas. No primeiro governo Alberto Silva (1971 – 1975), ele resolveu utilizar o futebol como seu meio de marketing e fundou o time Sociedade Esportiva Tiradentes.

Esse time provocou uma explosão, em termo de vinda de jogadores de fora, de treinadores e consequentemente havia necessidade de um acompanhamento mais avançado por parte da imprensa especializada. E aí que nós viemos pra cá, pra Rádio Clube. [...] Vimos o estádio lotado várias vezes.

O jornalista João Eudes, mais conhecido como "Bolinha".

Tivemos ocasião de ver grandes times do futebol brasileiro aqui dentro, de sair daqui com o Tiradentes e fazer grandes exibições no Rio Grande do Sul, no Rio de Janeiro, em Fortaleza, em Manaus. O Tiradentes mudou o aspecto esportivo do futebol no Piauí e passou a ser uma das referências do Nordeste na década de 70.

Esse reinado durou até o final de 70 quando houve uma decisão política de acabar com o Tiradentes por causa de um crime que houve. Essa época, depois que o Tiradentes saiu, o futebol piauiense ainda viveu uns dias, acho que por efeito do Tiradentes. Depois ele (o Tiradentes) reativou, voltou, foi campeão... mas aí entrou em decadência. O futebol piauiense entra em decadência. [...] Hoje estamos na quarta divisão do futebol brasileiro e sem muitas perspectivas de subir."


As causas da decadência

"Há uns dez começou a ser feito um trabalho de renovação, tendo como o objetivo o esporte de um modo geral. Nesse bojo, você encontra o judô, a natação, outros esportes amadoristas. Mas o futebol ainda não acompanhou o que ta lá fora. Por exemplo, a programação brasileiro prevê que no primeiro semestre a gente tenha os campeonatos regionais. Maio e junho começam os campeonatos nacionais que vão até o final do ano [...].

Então quando terminam os campeonatos dos outros estados, os jogadores ‘mais ou menos’ vem pra cá, por que os bons vão pra outros estados que pagam melhor. [...] Outro detalhe é que falta investimento nas bases. Os nossos dirigentes, nossos empresários – por que não dizer – ainda não descobriram essa realidade."


A filosofia empeendedora dos clubes

"É bom que se diga que o futebol hoje no Brasil é uma tendência de se transformar em empresa. Acabou aquela de ser o ‘time paixão’, o ‘time do meu coração’. Hoje o time é uma empresa. Exemplos: Internacional, o Grêmio de Porto Alegre, o Paraná – aliás, os times do Paraná quase todo – o São Paulo e Fluminense começam a implantar essa filosofia.

Aqui no Nordeste a gente encontra o Esporte de Recife. Então são clubes que evoluíram automaticamente por que tinha de onde tirar jogadores. Nós não temos, nós não investimos nas bases. Um time como o River, por exemplo, gastou uma enormidade de dinheiro trazendo jogadores do sul antes de começar o campeonato.

O que eles gastam de passagem de avião e hospedagem, daria perfeitamente pra fazer uma escolinha boa aqui durante pelo menos seis meses de cada ano. [...] Outra coisa que também falta é estrutura. Se você for no estádio Albertão e o jogo for a noite, você não tem certeza se vai chegar em casa tão cedo, por que não tem transporte pra você voltar.

Aos domingos você sabe que Teresina reduz a frota de ônibus e é tão complicado quanto durante a semana. Se tudo isso fosse corrigido um pouquinho, acho que dava pra melhorar bastante o futebol.
"


As cidades piauienses que tem futebol mais presente

"Atualmente Parnaíba (a 366 km da Capital Teresina) ta numa fase boa. Tão conseguindo levar muita gente no estádio. Depois vem Barras (127 km da Capital) que proporcionalmente ta levando muita gente ao estádio.

Piripiri (180 km da Capital) já teve o seu auge, depois retrocedeu, e Picos (330 km da Capital) ta numa fase intermediária. Eu acho que hoje, se você for levar em termos proporcionais, Parnaíba é a melhor.
"


Ouça a entrevista na íntegra
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2 comentários:

  1. gostei pra caramba deste teu blog e vou participar sempre pois coisa boa tem que ter bis, o meu blog e andersonoradialista.blogspot.com

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  2. O Tiradentes quando vinha a Belem era osso duro de roer para o Remo e o Paissandu. No inicio de sua atividade, era quase o segundo time todo do Flamengo carioca.Sempre ouvi falar nesse tal crime que teria motivado a extinção do clube.Envolveu algum jogador daquela época?O Garrincha que é metido a saber de tudo o que se passa em Teresina, nunca conseguiu me contar essa história. Até TV ele tem agora...Grande amigo.

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